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SOBRE

    Este site é o resultado do Trabalho de Conclusão do Curso de História, Memória e Imagem da Universidade Federal do Paraná. Acreditamos que a temática envolvida, carente de pesquisadores no Brasil, recebe por meio desta ferramenta importante alavanca na disseminação do conhecimento histórico produzido no Brasil e fora dele. Confrontar as fontes e evidências materiais é o objetivo desta ferramenta além de discutir o estereótipo criado pelo europeu moderno sobre seus antepassados medievais ibéricos. O leitor poderá decifrá-los por meio de sua navegação e pesquisa. 

 

        Aproveitem!

O CAMINHO DA PESQUISA
Juliana Alves 

Graduanda do Curso História, Mémória e Imagem da UFPR.

Não posso terminar a apresentação deste projeto sem agradecer a inspiração dada por Marcella Lopes Guimarães. Minha querida orientadora, sempre pronta a ajudar com palavras de incentivo e perserverança. Obrigada. Este site também é seu. 

 

             Na ocasião da realização da disciplina optativa em História da Arte no Paraná, foi realizado projeto referente à Revista Joaquim da década de 1940 no Paraná.  Este projeto de desenvolvimento de ferramenta digital (site) foi efetivo ao transmitir informações sobre obra tão relevante no contexto da história da arte paranaense. Fomentada pela efetividade deste produto, a escolha para o trabalho de conclusão de curso não poderia ser diferente. Além da pesquisa bibliográfica e de fontes, realizei no mês de outubro de 2015 viagem de oito dias pela Espanha, passando pelas cidades de Madri, Córdoba e Sevilha. Esta viagem foi divida em dois dias em Madri, um dia em Córdoba e cinco dias em Sevilha. A capital espanhola me proporcionou adaptação ao ambiente europeu e ao fuso horário, entretanto as marcas andaluzas não foram encontradas em minha pequena estada madrilena. No terceiro dia de viagem, peguei um trem rápido até a antiga capital califal Córdoba. De clima mais quente, mergulhei no bairro histórico da juderia. Ao passar pelas antigas muralhas deste bairro, parece que me transportei para o Al- Andaluz. De ruas intricadas e sinuosas, a juderia perfeitamente preservada, é palco de intensas visitas turísticas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

     Infelizmente como programei apenas um dia de visita a esta cidade, só pude me concentrar nos principais pontos turísticos. Perdida e encantada na juderia (sim é este o nome do bairro dos judeus), avistei a torre da Mesquita - Catedral, foi neste momento que fiquei emocionada. Então fui ao encontro do tão pesquisado templo sagrado. Os muros são impressionantes, o pátio cheio de laranjeiras é incrível, porém o que mais me chamou a atenção foi o chão: um conjunto de pequenas pedras cuidadosamente agrupadas.

 

 

 

 

 

 

 

          Mas a sensação de entrar na Mesquita- Catedral não é descritível. Minhas pernas amoleceram ao erguer os olhos e ver aquele esplendoroso conjunto de colunas. Ali, naquele momento, eu entendi a importância de pesquisar este capítulo escondido do Islã Ocidental. Como não levar em consideração uma civilização detentora de tão magnífica arquitetura e organização?

 

 

 

 

 

 

       

          A visita à Mesquita-Catedral foi incrível, a partir dali fiquei obcecada pela história do Al-Andaluz. A presença de uma catedral gótica no meio da mesquita é surpreendente. Quando saí da mesquita, pude observar com mais calma suas muralhas. Fui andando pela rua sem guia mesmo e cheguei à ponte romana que serviu de caminho a tantas gerações ibéricas, quanto história!

 

          Continuando minha caminhada, encontro o Alcazar dos Reis Católicos, lindo! Mesma sensação, Isabel e Fernando com sua presença incrível. Me senti na corte castelhana.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

             O final do meu passeio, juderia novamente, agora com sede e cansaço, o sol cordobês judiava! Ah esta palavra!!! Bem lembrada estando dentro da juderia de Córdoba. Suas ruas frescas e floridas são inspiradoras. Conhecer uma das últimas sinagogas medievais da Espanha foi esplendoroso. Pequena, mas imensa em sua carga histórica.

                 No final do dia eu estava perplexa: o Al-Andaluz se abriu pra mim. A grande Mesquita de Córdoba, o Palácio dos reis católicos e a sinagoga, todos medievais, preservados e ali gritando: Eu existo! Eu estou aqui! Esse passado existiu e eu sou a prova! Depois de fazer uma bela refeição, peguei outro trem rápido e fui para Sevilha. Lá eu encontraria meu objeto de estudo: o Real Alcazar de Sevilha. No dia seguinte levantei cedo, e corri para o Alcazar. Na chegada, havia uma fila imensa, o que não me assustou. Emocionante, meses de pesquisa e muito trabalho para conseguir financiar minha viagem e naquele momento todo o trabalho valeu a pena. De um lado, a muralha almóada e do outro a fachada mudéjar de Pedro. Chorei. O pórtico do palácio poderia ser meu objeto de estudo, ele é uma síntese de tudo o que venho pesquisando:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

          A entrada é fantástica, parece que você está dentro de um túnel e então surge adiante o Pátio das Donzelas com sua magnífica ornamentação. Levei um dia todo lá, com o mapa fornecido na recepção fui tentando mapeá-lo na minha cabeça. Façanha concluída com êxito, mas a surpresa maior foi compreender que Pedro e seu palácio são apenas um capítulo ibérico e do próprio monumento. O Alcazar é um apanhado de construções palacianas que serviu de morada e centro administrativo por muitos séculos, com vestígios almóadas até contemporâneos, descobre-se muita história lá dentro. Um palácio puxa o outro, o que na minha singela opinião pode gerar um pouco de confusão. Por exemplo, ainda no palácio Mudéjar o segundo pavilhão é de ornamentação renascentista saltando aos olhos de observadores mais atentos.

 

 

 

 

 

 

 

 

          Felizmente ainda pude ficar na cidade por mais quatro dias, o que me permitiu fazer nova visita ao Alcazar, com um olhar mais atento e menos deslumbrado, além de conhecer a catedral que deu lugar à antiga mesquita, preservando seu lindo pátio de laranjas e a encantadora juderia. Pude visitar o museu sefardita sevilhano, onde tive uma aula fantástica com a guia do museu. Conheci em um passeio noturno guiado, sinais da presença islâmica, judaica e até a romana. Uma história que merece ser contada, pois além de abrir nossas mentes “ocidentais” para o "distante" mundo muçulmano, deve-se considerar que somos fruto destes homens e mulheres que viviam neste território e puderam desfrutar desta convivência tão rica.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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