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NOSSO CURIOSO MONARCA PEDRO I DE CASTELA 

 

       A vitória do Salado foi o legado deixado ao jovem Pedro I a partir de 1350 quando da morte de seu pai, Afonso XI. Na data da posse do jovem monarca, a Península Ibérica vivia o sexto século de permanência muçulmana, ou seja, a população da península possuía característica totalmente anômala em relação à cristandade latina, abrigando em seu seio cristãos, muçulmanos e judeus. 

      Conhecer Pedro I de Castela é uma jornada intricada, pois os estudos petristas estão presos à escrita de Pero Lopes de Ayala, cronista trastamarista e forjador do epíteto de Pedro: O Cruel!

        O rei Pedro I, na segunda metade do século XIV, não só admirava a cultura islâmica e se rodeava de conselheiros muçulmanos e judeus, como firmou um pacto de apoio militar com seu teórico inimigo, o sultão de Granada. Alguns pesquisadores afirmam que Pedro foge à regra de combate ao infiel, fugindo à regra cruzada. Levando em consideração que as informações que possuímos sobre Pedro I são fruto do discurso de um cronista financiado por seu inimigo, entender o empreendimento, poderá esclarecer ou trazer luz a esta intricada rede de relações.

    Filho único do rei castelhano Afonso XI e  Maria de Portugal, chamado pela historiografia de "O Cruel", esteve por toda a vida envolvido em disputas. Sobrinho do rei português de mesmo nome (o rei Pedro que viveu a conhecida história de amor com a dama Inês de Castro), casou com Branca de Borbon por procuração, no contexto da Guerra dos Cem Anos, entretanto este casamento foi abafado pelo seu relacionameto amoroso com Maria de Padilha. Sua permanência no trono, envolta com as disputas com seu meio irmão - fruto do relacionamento de seu pai com Leonor de Gusmão - Henrique de Trastâmara, culmina em seu assasinato em 1369. A disputa pelo trono castelhano e a consequente vitória pelos Trastâmara, acarreta aos apoiadores petristas perseguições, fugas e prisões. Este foi o caso de Martin Lopes de Córdoba, nobre valido de Pedro I, que se viu em desgraça após a morte de seu rei, levando em consideração que velava pela vidas dos filhos Pedro. As memórias de sua filha,  Leonor Lopes de Córdoba evidenciam o ambiente de humilhações as quais os petristas seriam submetidos. 

 

Estátua orante de Pedro I de Castela, o Cruel de 1504. Artista Anônimo. In: Museu Nacional Arqueológico da Espanha em Madri.

 

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