Al-Andaluz
A CHEGADA MUÇULMANA À PENÍNSULA IBÉRICA
Após a Batalha do Guadalete em 19 de julho de 711, os muçulmanos se estabelecem por toda a Península Ibérica. Em 716 só o Noroeste não era muçulmano. O limite do território muçulmano em solo europeu deu-se na cidade francesa de Poitiers no ano de 732, quando o exército franco liderado por Carlos Martel venceu o exército muçulmano.
O Al-Andaluz - nome dado pelos muçulmanos à Ibéria islâmica - era o reino mais poderoso do Ocidente Europeu: constituído de 21 províncias, recebia impostos de Leão, Navarra, Castela e Barcelona.
Não havia comparação da urbe islâmica com nenhuma sociedade dos reinos cristãos à época. A experiência administrativa árabe no Oriente Médio favoreceu o progresso econômico e o renascimento urbano ibérico. Quando Al-Rahman III proclama-se califa em 956, o Al-Andaluz vive um era de fausto. Mantinha uma circulação monetária de grandes proporções, além da revolução agrícola baseada nas técnicas de irrigação e no cultivo de novas culturas como o arroz, cana-de-açúcar, algodão, laranjas, espinafre.
É possível que uma dieta melhor e mais variada possa ter sido a base de uma população mais sadia e até relacionar-se com o crescimento demográfico andaluz. Os artigos de luxo também chamavam a atenção como seda, linho, marfim, cerâmica, couro, instrumentos musicais e o papel com sua única fábrica no continente europeu em Játiva.
A ofensiva cristã ou a chamada Reconquista é fomentada pela descoberta dos restos mortais de São Tiago por volta de 813d. C. Até o final do século oito, Astúrias estará fixada em busca de uma política de afirmação monárquica. É a partir da descentralização do poder muçulmano - os Reinos Taifas de Sevilha, Granada, Badajoz, Toledo, Valencia e Saragoça - que diversos avanços cristãos tomam forma como a tomada da cidade de Toledo, tomada por Afonso VI em 1085.
Com o avanço da Reconquista, os reinos Taifa pediram ajuda a seus vizinhos magrebinos, Almorávidas e Almóadas, que acabam conquistando a Península a partir de 1095, após a Batalha de Zalaca.
Entretanto, o marco importante no avanço cristão pela Península Ibérica foi a batalha de Las Navas de Tolosa, coalisão cristã entre Navarra, Leão, Aragão e Castela, quando derrotam o exército almoáda em 16 de julho de 1212. Com esta vitória Afonso VII fixou situação de vantagem permanente em relação aos muçulmanos. Esta batalha definiu o início da superioridade militar, econômica e política dos reinos cristãos e demarcou definitivamente o início da decadência da civilização muçulmana na Península Ibérica. A última demonstração da força muçulmana foi na Batalha do Salado, na qual uniram-se as coroas de Castela e Portugal contra uma coalizão magrebina. Com a derrota no Salado (1340), alguns muçulmanos acolhem-se aos muros de Granada ou voltam para as praças africanas.
ESCOLA DE TRADUTORES DE TOLEDO
ASTROLÁBIO UNIVERSAL
AGRICULTURA
INSTRUMENTOS CIRÚRGICOS
MOEDA DA TAIFA SEVILHA
A POPULAÇÃO
A dinâmica social do Al-Andaluz relacionava-se com o sistema da dhimma, ou seja, era um contrato social em que os cristãos e judeus estavam incluídos e viviam sob certas regras. Para o Islã, as outras religiões monoteístas não são falsas, mas revelações parciais da verdade. Mediante o pagamento de taxas e obediência a certas regras socias, os povos do livro viviam de acordo com suas crenças e ritos .
Esta tolerância pragmática é destaque no medievo latino e será discutida na página "Debates".
O poeta Al-Mutamid sucedeu seu pai em 1069 como rei da taifa de Sevilha, território que se estendia do sul de Portugal até Gibraltar. Deposto pelos Almorávidas do norte de África, acabaria os seus dias em cativeiro em Aghmat, nos arredores de Marraquexe, chorando em poesia.
Detalhe da sinagoga de Córdoba,
Salmo 96 versiculo 9: "Adorem ao Senhor no esplendor da sua santidade; tremam diante dele todos os habitantes da terra".
Na imagem, apenas o excerto: "Tremam diante dele todos os habitantes da terra".
Iluminura de músicos mouros e cristãos retratados no livro de jogos do rei cristão Afonso X, 1285.